Parede…

De olhos fechados ela podia vê-lo bem ali na sua frente…
Foi chegando perto, emitindo todo o calor dela. Vestida bem natural, camiseta e shorts brancos de algodão, presente dele de uma tarde chuvosa em que ficaram presos num hotel.
A mão dela chegou tímida, com medo de tocar. Primeiro um dedo, depois o outro foram pousando suavemente no braço dele. Braço malhado, de carregar o peso da vida. Os dedos passeavam devagar até o ombro, desciam lentamente o peito aberto, enroscavam em seus pelos, enrijeciam seus mamilos…
As mãos dela conheciam esse caminho de cor, caminho do céu.
O corpo agora está mais próximo, mas ainda distante dum quase abraço.
A mão agora vai até o abdômen dele, subir e descer as montanhas delineadas no suor de uma academia. Percorre a cintura dele na saudade de senti-la encaixada em seu quadril. As coxas dele, ah, aquelas brancas coxas grossas…
O rosto dela está virado de lado, em direção a mão… Seria possível sentir o hálito dele no pescoço dela.
A outra mão recostada onde seria o outro ombro moreno de sol.
Estava pronta a se dar completamente…
Mas em troca ela só recebia a imobilidade fria da parede do quarto que os separava a qual estava em pé, recostada…

Ela não sabia, mas do outro lado, também estava ele, na mesma direção.
Recostado na mesma frigidez do cimentado, como se pudesse sentir o calor do corpo dela através da parede pedindo por ele…

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