Retrospectiva Literária 2014

O livro infanto-juvenil que mais gostei: “Os Miseráveis – Victor Hugo”
Clássico dos clássico, você pode se perguntar como esse livro se encaixa nessa categoria. Simples, essa edição que li é uma adaptação do Walcyr Carrasco que deixou a leitura bem fácil e rápida. É um livro histórico que se passa na Revolução Francesa e conta a história de Jean Valjean condenado duramente após roubar pão para alimentar sua irmã. Depois de anos preso a trabalhos forçados, é solto num mundo julgador e cruel. Encontra abrigo na casa do bispo, e esse acontecimento lhe traz de volta sua fé e bondade adormecida. A partir daí, passa a vida a dedicar-se a ajudar os pobres e oprimidos, escondendo seu passado que insiste em procurá-lo.

A aventura que me tirou o fôlego: “A Tormenta da Espada – R.R.Martin”
Terceiro livro da série, confesso que fiquei empacada um tempão na leitura próximo ao final. Sou fã da série e minha meta era ler antes de assistir, mas o livro é longo demais e não consegui. Porém, é inacreditável a capacidade desse autor de reinventar a história a todo momento trazendo mortes imprevisíveis. Esse livro me fez odiar alguns dos meus personagens favoritos de antes: Arya e John Snow, mas elevou ainda mais minha admiração por Tyron – o anão.

O terror que me deixou sem dormir: “A casa do céu – Amanda Lindhout”
Esse foi o único livro da lista que eu poderia classificar como terror. E foi um terror lê-lo, de fato. As cenas sobre a tortura de Amanda – uma mulher estrangeira, tratada como escrava – por um grupo muçulmano radical, são chocantes, nojentas, hediondas. Os sentimentos que esse livro me trouxe foram de repulsa e não consegui entender a dó e a compreensão que a autora conseguiu sentir por seus captores. O livro não é ficção, o que torna as coisas ainda mais horríveis.

O suspense mais eletrizante: “Sangue na Neve – Lisa Gardner”
Um colega de trabalho que insistiu que eu lesse, não conhecia Lisa Gardner e esse não é o primeiro livro da série. Gostei muito da história, prendeu do inicio ao fim. Particularmente sou fã desse jeito de contar histórias onde a cada capitulo se dá mais um detalhe da cena do crime e mais um, e mais um, revelando uma teia complexa de eventos.

O romance que me fez suspirar: “Um caso perdido – Coleen Hoover”
Essa autora me decepcionou um pouco com a saga Métrica, não que os livros não fossem bons, mas a história tomou um rumo romântico demais pro meu gosto. Em “Um caso perdido”, achei a cumplicidade do casal bem bacana, as cenas sensuais são lindas. E a história num geral pode chocar alguns, mas achei bem bacana esse assunto do abuso infantil tratado de uma forma não tão traumática.

A saga que me conquistou: “Princesa Sultana – Jean Sasson”
Na verdade é uma trilogia que registra o depoimento de uma nobre árabe que se esconde sob o pseudônimo de Sultana. Tem cenas tragicômicas, e foi bem interessante conhecer esse lado nobre árabe com suas manias e crenças tão diferentes para os ocidentais. Parecia novela da Glória Perez.

O clássico que me marcou: “Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley”
Acho que fora “Os Miseráveis”, foi o único clássico que li esse ano. Trata-se de uma ficção científica, onde questiona-se conceitos atuais como família, sexualidade, religião, solidão e aceitação social.

O livro que me fez refletir: “Proibido – Tabitha Suzuma”
Esse livro me deixou de ressaca literária: quero mais, quero outro final, quero o impossível. A autora descreve os sentimentos dos personagens com uma poética que cativa. A mãe dessa família, foi abandonada pelo ex-marido e agora vive sempre bêbada ou na casa do namorado, deixando os filhos por conta própria. Lochan e Maya, descobrem-se num romance incestuoso enquanto cuidam dos irmãos menores. Eles convivem com a culpa e o arrependimento, porém não conseguem terminar esse relacionamento. O que me fez refletir nessa história não foi exatamente o incesto, mas como as pessoas se agarram à qualquer atenção, carinho, cuidado que recebem quando estão totalmente abandonadas e sentem não fazer parte da sociedade. Isso justifica esses relacionamentos que vemos por aí, mulheres que apanham do marido e não o abandonam, filhos que passam fome e não saem de casa, entre outros.

O livro que me fez rir: “Como Treinar seu Dragão – Cressilda Cowell”
O livro tem tiradas bem engraçadas. E o banguela é um dragão egoísta demais, bem diferente do que aparece nos filmes.

O livro que me fez chorar: “O Diário de Suzana para Nicolas – James Patterson”
Um livro bem curtinho e em forma de diário, vai explicando por que o poeta Matt Harrison acaba de romper com Katie Wilkinson. A história é triste, mas com um final feliz.

O melhor livro de fantasia: “O conto da deusa – Natsuo Kirino”
Uma releitura de um conto milenar sobre a origem do mundo e das coisas na mitologia japonesa: a lenda dos irmãos Izanagi e Izanami. Eu sou apaixonada pela cultura oriental e esse livro foi um deleite.

O livro que me decepcionou: “Veneno – Sarah Pinborough”
De todos os contos de fadas, Branca de Neve é de longe o meu preferido. Tinha lido muitas críticas boas sobre esse livro, mas fiquei decepcionada. Exceto pelo príncipe encantado, as demais personagens não fugiram da caricatura ou da fidelidade à história original.

O livro que me surpreendeu: “Mel e Amêndoas – Maha Akhtar”
Nunca tinha lido nada sobre o Líbano e achei bem interessante. O destino e as histórias de seis mulheres acabam se cruzando em um salão de beleza em Beirute, e elas compartilham momentos de solidão, felicidade, medo e frustração.

A frase que não saiu da minha cabeça:

“E naquele momento eu seria capaz de jurar que éramos infinitos.”
Stephen Chbosky in “As Vantagens de Ser Invisível”

O(a) personagem do ano: Charlie de “As Vantagens de Ser Invisível – Stephen Chbosky”

O Casal Perfeito: Quinn e Blay de “Amante Finalmente – J. R. Ward”

O(a) autor(a) revelação: Tabitha Suzuma em “Proibido”

O melhor livro nacional: “Doidas e Santas” da Martha Medeiros

O melhor livro que li em 2014: “Proibido” – Tabitha Suzuma. Tratou um assunto tabu de uma forma tão delicada que foi impossível não torcer para que a mãe surgisse a qualquer momento dizendo que eles não eram irmãos.

Capa mais bonita: “Mel e Amêndoas” – Maha Akhtar

Li em 2014 33 livros!

Cumpri a meta de 2013? Não cumpri. Era ler 12 livros de papel e me desapegar. Eu li 2 livros de papel e me desapeguei de 2. Não chegou nem perto, mas ao menos tentei.

Minha meta literária para 2014 é ler meus livros de papel e me desapegar deles. Mantenho a meta de leitura de um livro a mais que o ano anterior, então pro ano que vem 34 livros!

2 comentários sobre “Retrospectiva Literária 2014

  1. MariaLDário, você vai adorar o livro se gosta desses relatos jornalísticos fortes. É triste, revoltante e ao mesmo tempo nos faz refletir sobre religião e a própria humanidade das pessoas.

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